Inverno.
Dir-se-ia de um reflexo, simples fenômeno físico ocasionado pelas particularidades das moléculas, por muitas vezes interpretado à luz do misticismo como outrém; dir-se-ia da personificação da consciência, aquela com o dedo em riste, pondo-nos à prova sempre que lhe convém. Em termos menos fantasiosos e mais imediatos, eu fitava a minha própria imagem com suas tristes marcas de noites mal-dormidas. "Um dia só me bastaria para fugir para anos-luz daqui". Parecia que não conseguiria continuar mantendo tal falácia por muito tempo. Em que momento isso tudo começou? Qual foi o exato segundo em que perdi de vista o que eu buscava outrora com tanto ânimo? Penso, e penso que não chegarei à conclusão alguma. Apesar da palidez da minha imagem refletida no vidro do ônibus, algo conversava comigo, algo que acordara na noite anterior. Eu tinha o direito de escolher: ou me deixava consumir por tal ansiedade, ou seguia minha vida, mais atento aos detalhes, mas nunca me deixando levar pelo impulso de querer causar alguma impressão. Afinal de contas, quebraria agora a promessa de guardar o ator no bolso?
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2 comentários:
Mysterious island.
That's your soul. You're back, Achilles. Now go conquer Troy!
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